- "Tu precisas é de um homem de letras! Que te escreva textos lindos!! Não é de um engenheiro."
Bom, claro que havia um contexto para este assunto e muitas voltas a vida dá... mas o propósito desta introdução é brincar com a hipótese do engenheiro ter uma veia poética e sensível. Eu tenho e assumo uma tendência quase lamechas de acreditar no mundo melhor. Mas sou mulher! E sim, derreto-me com textos lindos e admiro os que fazem puxar pela cabeça. Apesar da formação em ciências exactas ou tangíveis, fascinam-me também as intangíveis. Adoro explorar e divagar, aprofundar e estudar questões da sociedade, valores e comportamentos, acredito na linguagem corporal para ajudar a interpretar intenções numa reunião e coisas do género... :) Agora quero ver o engenheiro de estruturas a assumir isto. Bem podemos esperar sentados! Mas claro que os há. Os engenheiros, além de outras qualidades, acho que também têm uma grande sensibilidade e sabem ser uns românticos incorrigíveis... Podem ser raros, mas até conheço uns com o dom natural para a parte mais humanista da gestão, a noção de capital psicológico.
O que não é muito comum é num congresso com provavelmente 90% desta classe profissional, serem mencionados publicamente alguns destes conceitos "pseudo-esotéricos" e até com algum humor. No Encontro Nacional de Entidades Gestoras de água e saneamento (ENEG 2013), ocorrido na semana passada, ouvi frases inspiradoras (umas mais filosóficas que outras, bem sei...), bocas com intenções veladas e citações no meio de assuntos técnicos, que às tantas dei por mim a registá-las num caderno.
Passo a transcrever algumas, tal e qual como foram pronunciadas:
- neste sector, o tamanho importa (!!)
- o dever dos engenheiros é transformar dificuldades em oportunidades
(o lado optimista, muito bem!);
- os engenheiros são também muito necessários no sector financeiro, pois trazem racionalidade e pragmatismo para resolver problemas (aqui os financeiros torcem-se na cadeira);
- a procura de bons parceiros é muito importante (noutras áreas da vida então, nem se fala!!);
- não denegrir o passado, se destruírmos a imagem desse passado não é possível melhorar: foi relevante, tem que se construir sobre o que existe (ah pois, a eterna questão de aceitar, integrar... e seguir..)
- todas as palavras para salvar o mundo já foram ditas, só falta agora salvar o mundo. (Almada Negreiros);
- é preciso ter humildade para entrar no mercado (eu diria mesmo que humildade é fundamental para tudo);
- a natureza tem uma estrutura feminina; não se sabe defender mas sabe vingar-se como ninguém.
By Ministra do ambiente no Brasil entre 2003-2008 (deve ser meiguinha esta senhora...)
E para acabar em beleza:
Soube da organização de um seminário sobre "Empresas felizes!", dinamizado por um engenheiro - lá está - para abordar a felicidade em torno das organizações e a forma como se pode promover este tema nas empresas. Realizou-se dia 6 de Dezembro na Figueira da Foz. E espero que tenha sido um sucesso :)
adorei dri :) bjs tança
ResponderEliminarObrigada ;) bjs!
EliminarEngraçado. "tem que se construir sobre o que existe" - daí a arqueologia. No betão, as escavações são mais difíceis e não sei como será para os arqueólogos daqui a 500 anos: olha uma vigota pré-esforçada, um malhasol, uma bucha Hilti impecável, uma porta de vidro temperado laminado, uns restos de pladur, claro, e ainda, tubagem Pex, um par de torneiras Vola - e um bidé da Roca, para além de um ou outro iPhone...?
ResponderEliminarQue pérola, tio :) bjs!
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